Pelo menos 10 casos envolvendo meninos e meninas entre 8 e 14 anos são apurados pela Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos
CARLOS CARONE
Desenvolvidos para divertir e até educar, os jogos on-line voltados para crianças e pré-adolescentes se tornaram ferramentas de assédio e aliciamento no Distrito Federal. Manuseados por pedófilos, os games são usados como ponte para chegar até as vítimas, que utilizam diferentes plataformas de conexão.
Pelo menos 10 meninos e meninas, com idades entre 8 e 14 anos, foram alvo dos criminosos nas últimas três semanas na capital do país. Após denúncias dos pais, os casos passaram a ser apurados, de forma sigilosa, pela Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC), da Polícia Civil.
Os investigadores voltaram as atenções para os jogos on-line após a multiplicação de ocorrências envolvendo o mesmo modus operandi. Em quase todos os casos, o padrão de ataque do pedófilo é o mesmo: ele se familiariza com o jogo, cria um perfil falso e se passa por menino ou menina, sempre com idade entre 8 e 13 anos.
Em seguida, o criminoso procura se destacar no game, participando de grupos ou das chamadas comunidades, que costumam existir nas plataformas.
Os pedófilos ainda exploram games que possuem recurso de conversas via chat, áudio e vídeo. Após ganhar a confiança das vítimas, o criminoso tenta estreitar o contato pedindo endereços de e-mail, redes sociais, telefones e WhatsApp. O objetivo é travar conversa com viés sexual, fazendo com que as crianças enviem fotos e vídeos nuas.
Combate direto
De acordo com o delegado-chefe da DRCC, Giancarlos Zuliani, os casos envolvendo crianças alvos de assédio ocorridos em plataformas de jogos on-line serão apurados. “Registramos um crescimento no número de ocorrências envolvendo essas situações. Vamos atuar para tentar não só identificar autores, como orientar os pais para evitar esse tipo de perigo”, explicou.
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